Madrugadas

janeiro 29, 2016

Madrugada chega e trás consigo todos os fantasmas que passo o dia evitando. Trás todo o vazio e angústia que ficou quando você decidiu que era hora de partir. Não te culpo por nada, não te julgo ou o difamo aos quatro ventos. Não é sua culpa, não é minha, não é nossa. A ferida está aberta, e sangra noite após noite. Não há curativo. Não há nada além do tempo para curá-la. E ainda que cure, ficará uma cicatriz que jamais vai desaparecer.
Toda madrugada é uma tortura. É como se alguém sugasse todo o ar, e eu simplesmente não conseguisse respirar. É como andar no escuro. Como se o chão não estivesse sob meus pés. Madrugada é sinônimo de saudade. É querer quem já não posso mais. É ser triste por um futuro meticulosamente planejado que não vai chegar. É ser feliz nas lembranças. É dolorida partida sem um adeus.
Lágrimas insistem em dançar na minha face sempre que brinco de passado. E brinco mesmo. Lembro do que já aconteceu. Invento o que nunca acontecerá. Reinvento o que aconteceu e queria que tivesse sido diferente.
Queria tanto encontrar a lâmpada do gênio. Um desejo só bastaria. Você. Onde foi que perdemos um ao outro? Onde foi que os nossos caminhos deixaram de se cruzar? Onde o nós passou a ser eu e você? Um dia acreditei que nunca mais usaria as madrugadas para chorar. Acreditei que tu seria aquele que secaria cada lágrima que eu deixasse cair. Mas ao contrário, és o motivo de cada uma delas.
Queria te pedir mais uma vez para não desistir de tudo, mas não tenho mais forças pra insistir. Deus sabe o quanto eu quero um nós, mas querer sozinha não é suficiente. Espero com todas as forças um dia rir disso tudo. Espero não ter que escrever minha dor para amenizar o aperto no peito. Espero que um dia  as madrugadas sejam para dormir ao invés de chorar.





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